Há 10 anos, um amor extraordinário começou a escrever sua própria história. Não era um romance clichê dos filmes, mas era uma história repleta de beleza e emoção.

Em um dia qualquer de 2013, o Ministério Público e a polícia receberam uma denúncia angustiante. Uma casa, na vizinhança, abrigava vinte e três animais, perturbando o sossego alheio. Essa casa pertencia à Luciane e seu marido Joelson, e os vinte e três animais eram cães e gatos resgatados das ruas, vítimas de crueldade e abandono.

O caso foi levado à Justiça, mas a juíza, tocada pela grandiosidade do trabalho que Luciane realizava, compreendeu que sua missão era um bem para a sociedade. Determinou, então, que apenas dez animais poderiam permanecer em sua casa, enquanto os demais deveriam ser realocados.

Desfazer-se de seus amados bichinhos nunca foi uma opção para Luciane. Determinada, ela começou a busca incansável por um lugar afastado da cidade, onde pudesse abrigá-los com dignidade. Primeiramente, imaginou trocar sua própria casa por um sítio no interior, mas a esperança parecia esquivar-se. Sem desistir, alugou um pedaço de terra e transformou-o em um abrigo improvisado para seus preciosos resgatados.

A medida que o tempo passava, mais e mais animais encontravam refúgio sob seus cuidados. A notícia de seu trabalho incrível espalhou-se, e pessoas começaram a pedir ajuda, implorando por resgates. Até mesmo cães doentes e feridos foram cruelmente abandonados à porta do abrigo improvisado.

A pergunta persistia: como obter recursos financeiros para cuidar de tantos seres necessitados? Foi então que uma ideia surgiu em sua mente brilhante. Luciane decidiu abrir um brechó itinerante, onde venderia roupas usadas, generosamente doadas pelas pessoas, como forma de sustentar seus amados animais. Ela trocou sua caminhonete por um antigo ônibus, que, agora, a leva até a cidade duas vezes por semana, repleto de roupas à venda.

Após um longo período de espera e perseverança, finalmente, eles conseguiram encontrar um sítio. Trocaram a agitação da casa na cidade pela tranquilidade do campo, onde poderiam oferecer aos animais um lar verdadeiramente acolhedor.